Os anos com Laura Díaz de Carlos Fuentes
O romance épico de Fuentes usa a vida de uma mulher e adora varrer 100 anos de história mexicana. Laura Díaz – filha, irmã, esposa, mãe, amante – chega à idade adulta durante a longa e sangrenta revolução mexicana (1910-20). A execução de seu meio-irmão Santiago (de uma das quatro gerações de Santiagos no romance) pelo pelotão de fuzilamento no início da revolução lança sua jornada política.
Laura não tem um momento monótono enquanto o México caminha para se tornar uma nação moderna. Ela testemunha, conta crônicas, discute ou participa de todos os eventos políticos e culturais seminais do país no século 20, até o início dos anos 70. Luminárias da vida real, como os artistas Diego Rivera e sua esposa Frida Kahlo, também são tecidas na rica tapeçaria da vida de Laura.
O grande projeto de Laura abrange as convulsões políticas do México, seu movimento sindical, a guerra civil espanhola, o Holocausto, o McCarthismo e o massacre de estudantes na Cidade do México na véspera dos Jogos Olímpicos de 1968 (o neto de Laura, Santiago, é uma das vítimas).
Its intelligence, emotional power and bold ambition make this a memorable book.
Diplomat, professor de Harvard e um dos mais famosos escritores e polêmicos do México, Fuentes foi frequentemente mencionado como um candidato ao Nobel, mas nunca ganhou. Ele morreu em 2012.
Down the Rabbit Hole de Juan Pablo Villalobos
No pequeno mas perfeitamente formado romance de estréia de Villalobos em 2011, realidade e surrealidade se sobrepõem em um conto cômico sombrio que oferece uma nova visão sobre as guerras de narcotráfico maldosas do México.
Tochtli (“coelho” em Nahuatl, uma língua indígena), o narrador precoce, de sete anos, conta-nos a sua vida como filho de um chefe da droga chamado Yolcaut (“cascavel” em Nahuatl). Eles vivem num palácio isolado e bem guardado (“a coisa é que temos muito dinheiro. Uma quantidade enorme”), onde o rapaz se deixa levar por todos os caprichos, mas se sente só. Ele só conhece “13 ou 14 pessoas… se eu contasse pessoas mortas, eu saberia mais”.
Ele tem uma paixão por chapéus, samurais, guilhotinas – e hipopótamos pigmeus liberianos. Tochtli lê o dicionário todas as noites, e entre as palavras que ele gosta de usar estão “patético”, “devastador”, “desastroso” e “sórdido”.
O seu pai vê-o como parte do bando e não o protege da violência. Como resultado, a criança tem um conhecimento arrepiante sobre balas, facas e a eliminação de cadáveres. “Acho que neste momento a minha vida é um pouco sórdida. Ou patética”, diz Tochtli.
Embora facilmente devorado de uma só vez, este pequeno e inteligente livro é para ser contemplado longamente depois.
México: Democracy Interrupted by Jo Tuckman
Um panorama bem informado do México hoje, no qual Tuckman argumenta que o país perdeu uma chance de abraçar plenamente a democracia depois que o Partido Revolucionário Institucional Oximorônico (PRI) foi votado fora em 2000, após 70 anos no poder (desde então voltou).
O partido de direita Ação Nacional (PAN), em seus 12 anos de governo, não conseguiu concretizar as esperanças que havia levantado de uma governança mais transparente e participativa, além da pluralidade política e de eleições geralmente livres e justas.
Tuckman investiga as principais dimensões da vida mexicana e os desafios que o país enfrenta: uma violenta guerra contra as drogas (e o papel dos Estados Unidos nela); um sistema judicial falho e leis muito abusadas; corrupção desenfreada; pobreza e desigualdade extrema; racismo; e preocupações ambientais. Ela também examina as lutas intestinas que têm entravado as ambições da esquerda e o papel desempenhado pela Igreja Católica e pela religião.
História, histórias pessoais e análise política estão entrelaçadas para revelar o que faz este fascinante e diverso país funcionar.
Apesar de alguns problemas aparentemente intratáveis, ela vê razões para ser otimista, com cidadãos corajosos e enérgicos, juntamente com setores da mídia, se intensificando para lutar por um futuro melhor.
Tuckman, o correspondente do Guardian no México, vive no país há mais de 10 anos e faz reportagens sobre ele.
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