Contrário aos argumentos de que o partido no poder é o único que se beneficia de transições democráticas prolongadas, este artigo demonstra que outros atores como o Partido de Ação Nacional (PAN) do México, também podem se beneficiar de durações de transição mais longas. Eles podem promover ativamente tais resultados, de acordo com seu nível de institucionalização, valores e interesses constituintes. Identificando a aversão ao risco como o principal incentivo que leva as partes a favorecer transições prolongadas, o artigo faz três argumentos relacionados à percepção da incerteza política sobre o papel do PAN na transição prolongada do México. Primeiro, considerando o horizonte temporal como a variável definidora das transições prolongadas, o impacto desse fator nas transições prolongadas é qualitativamente diferente de seu efeito nas transições aceleradas, especialmente em relação aos níveis de incerteza percebidos por atores como o PAN. Em segundo lugar, o artigo propõe que o ritmo da transição depende de se alcançar um pacto negociado é indispensável para o futuro político do regime e da oposição. Em outras palavras, se os principais atores concordarem que resultados extremos devem ser evitados, então um resultado de transição será alcançado mais rapidamente do que se apenas um ator importante (como o PAN) não perceber a existência de tal urgência, e talvez até acredite que prolongar as negociações será vantajoso para ele. Em terceiro lugar, ao distinguir entre atores altruístas e egoístas, o artigo conclui que o PAN tende a adotar estratégias altruístas que beneficiam a estabilidade geral, mesmo que o partido incorra frequentemente em custos políticos como resultado.